Acordei com o barulho do mar. Da janela avistei as ondas
bravias no píer, arrebentando-o em meio a água, o vento parecia chamar inúmeros
nomes desconexos junto aos gritos de pássaros sobrevoando, o céu cinzento. Tudo
parecia tão estranho até meus olhos te avistar ao longe
tua silhueta, o
perfume ia enchendo as narinas...
O pensamento então fez um flashback e daí lembrei de tudo, desde
o primeiro pôr- do – sol, as mãos dadas ao longo da extensão, da areia da praia.
Seus olhos me olhando, convidativos e medindo o futuro...
Víamos a lua e curtíamos cada momento, como se fosse os
últimos da existência.
De repente, um vento estranho pareceu desmanchar no ar as
lembranças e ali, num piscar de olhos, a silhueta desapareceu, o mar exalou
cheiros diversos e ficou calmo, com o píer intacto, depois da arrebentação...
Márcia Guedes
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